Tenho o corpo de Leónidas nas Termópilas / lacônico entre os jardins menos trêmulos de Esparta / claros e luzes estoicas daquele verão um pouco raivoso / (a dúvida é barroca) / os soldados se mexem, carregam uvas, espadas / periecos comparecem à fogueira celebrada às margens do Eurotas / é notória a mobilidade das damas / na frente do David de mil oitocentos e catorze
Infiltram-se entre os zéfiros as melodias de pântanos remotos / os servos aplaudem tibiamente / permutas ou descontos / (gritos de comércio) / não põem em xeque o fosso
Do céu: a Maravilha / o cabo e o rabo da Itália / Grécia, Albânia / do Jônico ao Boreo / De curso, de bacia / Cabo Karagol em Corfu / Cantábria, Épiro, o Peloponeso / e ali / embaixo / mais uma vez as Termópilas *
Tengo el cuerpo de Leónidas en las Termópilas / lacónico entre los jardines menos temblorosos de Esparta / claros y luces estoicas de aquel verano un poco rabioso / (la duda es barroca) / los soldados se mueven, llevan uvas, espadas / los periecos asisten al fogón celebrado a orillas del Eurotas / ya habrán notado la movilidad que tienen las damas / frente al David de mil ocho catorce
Se cuelan entre los céfiros las melodías de pantanos remotos / los siervos aplauden tibiamente/ trueques o descuentos / (gritos de comercio) / no le hacen jaque al agujero
Desde el cielo: La Maravilla / el cabo y el rabo de Italia / Grecia, Albania / del Jónico al Boreo / De curso, de cuenca / Cabo Karagol en Corfú / Cantabria, Epiro, el Peloponeso/ y allí / abajo / otra vez las Termópilas**
Termópilas / Netuno e as faunas / Editorial Oliverio
*Traducción al portugués: Paola Arbiser
**Poema original: Nicolás García Sáez